Fotos: Charles Guerra (Diário)
Na tarde de hoje, Simone caminhava pelos corredores à espera de Heloísa. A paciente chegou por volta das 11h na maternidade
O choro dos bebês voltou a ser ouvido na maternidade do Hospital Casa de Saúde. Conforme estava previsto, o setor abriu as portas hoje, às 7h. Pelos corredores, calmaria e ansiedade, afinal, foram quatro meses de total silêncio. A direção do hospital e os médicos que prestam serviço terceirizado entraram em acordo e retomaram o atendimento, mesmo faltando quitar um mês de salário.
O contrato foi refeito e assinado nesta segunda-feira entre as duas partes. A equipe composta por um médico ginecologista e obstetra, dois residentes de enfermagem obstétrica, três técnicos de enfermagem e um enfermeiro já estão 24h em regime de plantão (um plantão de 12h noturno, e dois de 6h diurno).
- Para nós, é uma grande expectativa. Por enquanto, o movimento é baixo, mas está tudo certo. Agora, é a gente tocar o serviço conforme o novo contrato. Equipe montada, maternidade pronta, todos os médicos estão com uma expectativa muito boa com relação ao futuro da maternidade. Esperamos não ter mais atrasos, pois o contrato está mais rígido _ ressaltou a médica obstetra Maria Aparecida Brizola Mayer.
Na reabertura, foram feitas cinco avaliações até as 15h, sendo quatro pela manhã e uma à tarde.
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A maternidade conta com 18 leitos. O primeiro foi ocupado às 11h pela dona de casa Simone da Silva, 38 anos, grávida de 38 semanas de Heloisa Antonela. Por volta das 6h, a bolsa estourou. Ela saiu do Bairro Nova Santa Marta e procurou atendimento no Hospital Universitário de Santa Maria (Husm), onde passou por avaliação e foi encaminhada para a Casa de Saúde, onde foi internada.
- Eu fiquei feliz que a maternidade reabriu. Aqui, me sinto mais tranquila, tem menos gente internada, não tem tanta correria. Lá, no Husm, estava cheio de gente. Mas, mesmo assim, estou ansiosa, principalmente para ver a carinha dela - mencionou Simone, que estava acompanhada da filha mais velha, Eduarda Alves, 19 anos, que também não escondia a ansiedade pela chegada da irmã.
Em um curto espaço de tempo, a gestante e o bebê passavam por avaliações e exames para monitorar os sinais vitais. Além disso, mesmo devagar, Simone andava pelo corredor para aumentar o ritmo das contrações e acelerar o trabalho de parto.
- Nós fizemos as avaliações em um curto espaço de tempo, monitoramos os batimentos do bebê, as contrações da gestante e fizemos exame de toque, enfim, ficamos sempre por perto. No primeiro dia do retorno, estava todo mundo na expectativa porque todos aqui gostam do trabalho na maternidade. Então, estávamos ansiosos para voltar a ouvir o choro dos bebês _ contou Francislene Menezes, enfermeira obstétrica que estava de plantão no setor na tarde de hoje.
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Derjory Lima, 26 anos, também procurou a maternidade da Casa de Saúde, hoje. Grávida de 30 semanas de Benjamim, ela e a tia saíram do Bairro Jardim Berleze e, por volta das 14h30min, passou por uma avaliação na maternidade em função das dores na barriga.
- O atendimento aqui é bom e rápido. Nem pensei em ir no Husm porque sei que lá está sempre cheio, e sabia que a Casa de Saúde ia reabrir hoje. Fiquei feliz porque, agora, temos duas opções - comemorou Derjory, que foi liberada.
HUSM
A Casa de Saúde faz, em média, 100 partos por mês. Durante o período em que a maternidade ficou fechada, o Hospital Universitário, que fica no bairro Camobi, acabou absorvendo a demanda de Santa Maria e da região. Em um mês, o Husm chegou a registrar 200 partos de alta complexidade de os partos habituais (de baixo risco).
Agora, a expectativa é desafogar o complexo. No começo da tarde desta segunda-feira, havia 17 pacientes internadas no Centro Obstétrico, sendo que a capacidade é para 10. Dessas, seis iriam ser transferidas para a maternidade no começo da noite.